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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

POESIA GOIANA
Organização de SALOMÃO SOUSA 

 

 

Foto: https://www.jornalopcao.com.br/

À esquerda, com outros ex-combatentes: Waldyr O´Dwyer e Pedo Afonso de Souza.

 

 

WILSON MOREIRA DE ANDRADE

 

Nasceu em Patos de Minas, Estado de Minas Gerais, Brasil, em 1920.
Ex-combatente da Força Expedicionária Brasileira, trouxe do conflito a que foi submetido, medalhas representativas de sua bravura.
Regressando a Anápolis foi levado à reserva do Exército Nacional.
Exerceu a atividade de farmacêutico no interior de Goiás. Mais tarde, por força de lei, foi nomeado para um cargo no Fisco do Estado de Goiás, em que se aposentou.Dedicando-se à literatura, Wilson também atuou como músico, compositor, e cantor de voz troante e sonora.  Letrista de primeira linha, dedicou-se às artes plásticas. Membro do Lions Club e d União Literária Anapolina.

Obras publicadas:  “Memórias de um Pracinha” (Reminiscências de Guerra” e “Descargas de um Subconsciente”.

 

 

ANTOLOGIA EM VERSO E PROSA.  (Autores filiados à União Literária Anapolina). Organizado por Laurentina de Medeiros, Natalina Fernandes e Henrique Mendonça.  Capa: Julio Alan. Prefácio: Júlio Sebastião Alves.    Anápolis: ULA, 2005.  304 p.  14 x 21 cm.       Ex. bibl. Antonio Miranda

 

 

         

       Na beira do caminho

Naquela noite a só, olhando o azul dos céus,
Eu me tornei imortal com o brilho das estrelas;
E ao me concentrar naquele jardim de Deus,
Dormi noutro jardim idêntico, ao revê-las.

Quanta beleza previ no meu coração.
E quanto odor senti das mais bonitas rosas,
Ouvindo das estrelas suave orquestração,
Revivendo etéreo... noites maravilhosas...

Na minha juventude, em tudo eu via amores,
Sentia em tudo o odor de essências de flores,
Ouvindo nos jardins, cantos de passarinho...

Depois de envelhecer, passo noites inteiras,
Recordando amores... jovens namoradeiras...
Que ficaram como eu na beira do caminho...



Soneto

Passei horas cruciais, lápis na mão
Tentando ler no cosmo... no infinito,
Porém, em vez de ter inspiração
Eu me quedei, sem nada ter escrito.

Onde estás agora, Jesus bendito,
Pra iluminar os sonhos de um cristão?
Onde estão as prédicas do Erudito
Que enriqueceram de amor o coração?

Por que a alma da terra está chorando?
Por lhe faltarem justos no comando,
Ou por vagar sem metas, e no escuro?

Será que o mundo, em lágrimas, prevê
Que o seu fim está próximo, e por quê
Transformou-se num antro sem futuro?

 

*

 

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Página publicada em junho de 2021


 

 

 
 
 
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